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  HISTÓRIA  
 
A povoação de Lobão, situada no Município de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, é conhecida desde muito cedo na documentação histórica.
A base do seu topónimo é um nome pessoal que, embora não muito frequente, surge em 906 como Lupon e depois em 967 como Lubon. Este trata-se de um derivado de Lupu com o sufixo expressivo aumentativo – one. Existe um documento do ano de 1055 que menciona a povoação como Lopone.
 

Em 1079 um documento define a sua posição geográfica: “Vimara vende a Gonçalo Viegas que abeo in uilla Lobon seu subtus Kastro Portella terretorio portucalense discurrente riba Uniad”.
No ano de 1101, Patrina Eris e filhos doaram à Sé de Coimbra, na pessoa do Bispo D. Maurício, a quarta parte dos seus direitos nesta Igreja, além de outros bens, ficando com usufruto como colonos da Sé.
No ano de 1202, o direito de padroado de Lobão foi cedido ao Mosteiro de Grijó por 100 maravidis de ouro. O padroado veio a ficar à mitra do Porto, por uma transacção, no ano de 1299, entre o bispo do Porto, D. Sancho e o Mosteiro de Grijó. A parte daquele primeiro documento deveria ter passado com a anexação do território Coninbricense acima do Antuã. Em 1296 uma sentença arbitral havia declarado que os cavaleiros que pretendiam ser daqui padroeiros já não o eram mas sim aquele mosteiro.

Lobão ou Lobon, segundo se depreende da leitura das Memórias da Ordem dos Templários, teve relações estreitas com a Comenda de Malta e foi chamada Comenda de Lobão em tempos muito recuados.
Pertenceu aos Templários, em 1319 passou para a Coroa e desta para a Ordem de Cristo, no reinado de D. Dinis. A antiga freguesia era no século XVIII um curato e comenda da Ordem de Cristo. Em 1615 era avaliada em 470.000 reis. Lobão beneficiou do foral concedido em 10 de Fevereiro de 1514, pelo rei D. Manuel I, à Feira e Terras de Santa Maria. Depois do século XVIII aparece como curato da apresentação do reitor de Canedo passando posteriormente a reitoria.

Na Coreografia Portuguesa que o Padre António de Carvalho dedica à Rainha D. Mariana de Áustria há uma referência que dá Lobão como sendo curato e comenda da Ordem de Cristo, que no século XVIII acusava a existência de 24 fogos.
Pinho Leal no seu Portugal Antigo e Moderno refere:
“Lobão, freguesia do Souro, comarca e concelho de Feira, dista 285 km para norte de Lisboa e 24 km para sul do Porto, a cujo bispado pertence. É do distrito administrativo de Aveiro e dista da sede do concelho 7 km. O orago é S. Tiago Apóstolo e em 1757 tinha 325 fogos. A igreja tem elegante e alta torre. Há Capela de Santo Ovídeo e 3 romarias se fazem ali anualmente”.

Actualmente, Lobão com um teritório de cerca de 5 km2 possui uma população de aproximadamente 6 mil habitantes. Elevada ao estatuto de vila em 1990, tem como principais actividades económicas a indústria transformadora (Construção Civil, Ferro, Madeira, Têxtil, Serralharia, Metalomecânica e Cortiça), o comércio, os serviços e ainda alguma agricultura de subsistência.
Ao nível da saúde está servida por uma Unidade de Saúde, uma Policlínica e uma Farmácia. Ao nível da educação possui vários estabelecimentos de ensino os quais permitem a formação desde do jardim de infância até ao 3º ciclo de aprendizagem. Socialmente são oferecidos serviços por duas instituições. A primeira é o Centro Social de S. Tiago de Lobão com serviços de Jardim de Infância, Creche, ATL, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. A segunda é a Obra do Frei Gil que acolhe crianças sem família ou abandonadas.



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